Franklin Mário - Balada da Cidade

sinto que a cidade nos espera
com suas ruas loucas,
com sua luzes poucas,
com suas bocas prontas pra nos engolir

quando o que há de ser de mim, já era
quando eu quebro a louça,
quando eu rasgo a roupa,
quando eu lembro que nada, te prometi

o breu que esconde a lua,
nos convida pra sair
se eu já não sei qual é a sua,
é sinal, que já não sei nada de mim

o som dessas canções
é o que me basta pra dormir,
as minhas conclusões de nada valem então,
o que é que eu vim fazer aqui?

sinto que a cidade nos devora,
filas de cinema,
sempre a mesma cena,
o mesmo poema pronto pra se repetir

medos que eu pensei ter e agora?
entram por antenas
dívidas pequenas que a cidade escolheu
pra colorir.

o breu que esconde a lua,
nos convida pra sair
se eu já não sei qual é a sua, é sinal,
eu já não sei nada de mim

o som dessas canções
é o que me basta pra dormir,
as minhas conclusões de nada valem então,
o que é que eu vim fazer aqui?